Anúncios em jornais, feirões, brindes e promoções nas ruas? Se você ainda está nessa, melhor parar e repensar seus conceitos. Essas eram as ações das empresas do mercado imobiliário para tentar vender imóveis há dez anos atrás. É verdade que muitas incorporadoras e imobiliárias ainda insistem nas velhas estratégias, mas uma boa parte das empresas do setor já se deram conta que precisam se transformar para acompanhar as mudanças de comportamento do consumidor.
O mercado imobiliário já utiliza novas tecnologias para atrair clientes
Aproveitando sinais de recuperação do mercado, algumas incorporadoras estão investindo em novas tecnologias e em diferentes ações de marketing digital para conquistar o público. Inteligência artificial, investimento em dados, realidade virtual e aumentada, chatbot e analytics são ferramentas cada vez mais presentes na comunicação de players que atuam no mercado imobiliário.
O jornal Meio&Mensagem publicou recente uma matéria de capa para falar dos avanços do mercado
Recentemente, o jornal Meio&Mensagem publicou uma matéria de capa para mostrar como empresas do setor estão utilizando a tecnologia para atrair novos clientes. Romeo Busarello, diretor de marketing da Tecnisa, disse que hoje, 100% do que fazem passa por dados.
Ele disse também que nos últimos três anos, as estratégias de comunicação mudaram completamente e que há quase dois anos não fazem investimento em mídia impressa para atrair clientes. Ao invés disso, estão usando muito mídia programática, enriquecimento de dados e redes sociais nichadas. “Os custos de marketing que temos, hoje, são infinitamente menores do que em 2014 e 2015”, diz ele.
O movimento que a Tecnisa vem realizando nos últimos anos, é para acompanhar a transformação que vem acontecendo no perfil do consumidor, que está conectado quase que o tempo todo.
95% dos clientes imobiliários iniciam o processo de busca através de canais digitais
A Tegra Incorporadora, antiga Brookfield, identificou que mais de 95% dos seus clientes iniciam o processo de busca por um imóvel através de canais digitais. A gerente de marketing e comunicação da Tegra Incorporadora, Flavia Schmidt, diz que a mudança de comportamento do consumidor interferiu completamente na maneira como eles compram imóveis. Diz que os clientes, hoje, são muito mais criteriosos e que demoram muito mais para tomar uma decisão. A profissional explica que a Tegra vem investindo em tecnologia de óculos de realidade virtual e telas touch e, que dessa maneira, os clientes interagem com os empreendimentos, têm a informação na mão e se sentem à vontade de falar com a equipe de vendas.
50% das vendas da MRV Engenharia vêm pela internet
No caso da MRV Engenharia, 50% das vendas vêm pela internet e 80% do que vem pela internet, vem por meio de dispositivos móveis, explica Rodrigo Resende, diretor de marketing da empresa.
Na MRV Engenharia, o conceito utilizado para se relacionar com seus possíveis clientes é de régua dinâmica. Como a jornada de compra de um imóvel é longa, eles entendem que a comunicação precisa ser tratada desde o primeiro contato. Investindo muito em tecnologia, a empresa atende mais de cinco mil clientes por dia através de chat e, a partir daí, agenda mais de 1,5 mil visitas por dia em seus empreendimentos.
A MRV Engenharia trará em breve ao País uma tecnologia que vem dos Estados Unidos chamada My Home Experience. É um software com o qual é possível entender o perfil do cliente e, através de óculos de VR, vão entregar a decoração adequada ao gosto dele, antecipa Rodrigo, diretor de marketing da empresa.
Bruna Calmon, superintendente de incorporações da HM, braço de construção da Camargo Corrêa, diz que a empresa tem buscado cada vez mais investir em mídias digitais e novas tecnologias para estar próxima deste público conectado e proporcionar uma boa experiência de compra.
O futuro está conectado ao mercado imobiliário
A expectativa é de que este cenário mais tecnológico se torne cada vez mais presente em ações de marketing do mercado imobiliário em um curto período de tempo. A tendência é utilizar cada vez mais dados e a macrotendência é o voice, que ainda não começou para nós, mas a inteligência artificial dará um ganho de produtividade significativo.
A perspectiva é de que todo o trabalho inicial de atendimento do cliente comprador de imóvel, seja automatizado e feito por bots. Será um trabalho de pré-venda com o objetivo de qualificar o lead para ser atendido por um corretor mais experiente.
Algoritmos ajudam a identificar quando um cliente de alta probabilidade de compra entra no atendimento.
A MRV Engenharia já utiliza alguns algoritmos que indicam quando um cliente de alta probabilidade de compra entra no atendimento. “Dessa maneira, podemos encaminhar estes clientes mais propensos a comprar para corretores mais experientes, garantindo assim, que a conversão seja feita”, afirma Rodrigo Resende, diretor de marketing da empresa.
Com a ajuda da tecnologia, a expectativa é de uma eficiência muito maior e um investimento cada vez mais assertivo em ações personalizadas, com uma comunicação ainda mais digital.
Meios de comunicação em massa não fazem mais sentido
Para estes players, que estão à frente do mercado, meios de comunicação em massa não fazem mais sentido. Apesar desta mudança na comunicação do mercado imobiliário, a compra de um imóvel continua a ser complexa por ser um bem durável e características como a visita ao local, para entender o entorno, por exemplo, continuará a ser importante, porém na comunicação e no marketing, sem dúvida, o caminho é a aposta cada vez mais em aparatos digitais.
Cyrela cria empresa de home equity com objetivo de agilizar a análise de crédito
A Cyrela anunciou, em julho, a criação da CashMe, empresa do segmento de home equity cujo objetivo é agilizar a análise de crédito para quem busca um empréstimo financeiro utilizando um imóvel como garantia. A startup surgiu em abril e já soma propostas de mais de R$ 40 milhões. A expectativa da empresa é de que, em cinco anos, esse número suba para R$ 500 milhões.
A startup é focada nos empresários de pequeno e médio porte e tem financiamentos entre oito e dez anos, com taxa de pouco mais de 1% ao mês. Os clientes têm a possibilidade de financiar até 60% do valor do imóvel. Inicialmente, a operação se concentra em São Paulo e tem mapeado clientes que buscam valores de financiamento entre R$ 600 mil e R$ 2 milhões. “O mercado de home equity, que hoje movimenta cerca de R$ 15 bilhões, tem um imenso potencial de crescimento, podendo chegar a R$ 100 bilhões em dez anos.
A Cyrela está atenta a esta movimentação e o surgimento da CashMe é um dos investimentos que a companhia aposta para entrada nesse nicho que será cada vez mais explorado”, disse Juliano Bello, diretor administrativo e líder do projeto na companhia, em comunicado.
Espaço de coworking é criado com a finalidade de gerar negócios para startups do setor imobiliário
A Cyrela também anunciou a criação de um espaço de coworking, com a finalidade de gerar negócios para startups do setor, além de fomentar a geração de empresas das áreas de gestão, tecnologia, finanças, vendas e comunicação, por exemplo.
A Cyrela tem parceria com 23 startups, como Nuveo e Neurologic, que atuam em projetos de inteligência artificial. A Nuveo desenvolveu uma solução para pagamento de IPTUs dos mais de cinco mil imóveis da incorporadora, gerando uma economia de R$ 5 milhões nos últimos três anos. Já a Neurologic atua em melhorias para o atendimento ao cliente com o sistema de chatbot, que atende uma média de 1,1 mil manifestações de clientes por mês
Novas tecnologias estão impactando o mercado imobiliário
Abaixo, listamos mais algumas tecnologias que já estão revolucionando o mercado:
iBuyers
O modelo de avaliação automatizada vem revolucionando o mercado imobiliário americano. Por meio de plataformas on-line, conhecidas como iBuyers, o interessado em vender seu imóvel pode cadastrar a propriedade, receber uma avaliação (automática) de valor, ter acesso a propostas de diferentes investidores e fechar o negócio.
A promessa, além de facilitar a venda, é permitir ao proprietário alguma previsibilidade com relação ao tempo necessário para fechar o negócio: plataformas como a Zillow Instant Offers e Opendoor garantem o retorno em apenas alguns dias.
Outro ponto importante é o fato de muitas não cobrarem nenhum tipo de taxa pela avaliação do imóvel, além de uma taxa de comissão tradicional pela venda abaixo do mercado. Qualquer semelhança com plataformas como Uber e Airbnb não é mera coincidência. Por isso, fique atento ao potencial de transformação do mercado contido nessa inovação.
Impressão 3D
Muitos apostam que a impressão 3D é o futuro da construção civil — e esse futuro está mais perto do que se imagina. No início deste ano, a startup norte-americana Apis Cor construiu uma casa habitável com o uso da tecnologia em apenas 24 horas.
Contudo, não é só o tempo de construção que sofrerá os impactos da disseminação desse tipo de impressão. A seu reboque outras questões, como o preço dos imóveis, a qualidade das matérias-primas, a resistência às intempéries e a eficiência ecológica, vêm à tona e prometem revolucionar os parâmetros de avaliação dos empreendimentos.
Ou seja, testemunharemos mudanças significativas no próprio produto, que exigirão das imobiliárias e do mercado imobiliário em geral, uma adaptação do seu discurso, dos seus processos e também das habilidades e técnicas da equipe de vendas para dar conta dessa nova realidade.
Apps de produtividade
A facilidade e a agilidade proporcionadas pelas novas tecnologias tornaram o cliente mais imediatista. Isso significa que ele está muito pouco disposto a esperar mais que alguns minutos por uma resposta de um corretor ou alguns dias para agendar uma visita ao imóvel, por exemplo.
Por isso, os apps que possibilitam a gestão e o aumento da produtividade estão em alta. É o caso do SupraEkey, que gera identidades únicas para os interessados entrarem nos apartamentos sem o acompanhamento do corretor de imóveis.
O software mobile registra entradas e saídas das propriedades, possibilita a criação de perfis dos clientes, permite a gestão da carteira e conta com um follow-up para checar se há danos no imóvel, entre outras funcionalidades.
Inteligência Artificial
Uma das maneiras em que a inteligência artificial tem sido testada para melhorar a experiência de quem busca um imóvel é a recomendação de compra. Através de Big Data, conjunto de dados armazenados que ajuda a criar um grande banco de informações sobre os clientes, é possível fazer cruzamento desses dados para refinar a maneira como os resultados exibidos nos sites imobiliários, dessa maneira ofertas que atendem às necessidades dos usuários são privilegiadas e aparecem antes.
Geolocalização
Geolocalização nem é uma novidade tão recente, mas conforme essa tecnologia avança mais possibilidades aparecem. Com o endereço de IP dos computadores e o GPS — presente em cada aparelho de celular, é possível traçar as características dessa audiência, seus hábitos de consumo, sua divisão de tempo entre trabalho, tarefas e lazer, sua constituição familiar e, assim, desenvolver estratégias de marketing mais eficientes ou oferecer produtos mais adequados.
Como você pode ver, as mudanças proporcionadas pela revolução tecnológica só vêm a somar à atividade de marketing no mercado imobiliário. As soluções mostram que é preciso estar atento às necessidades dos clientes e saber usar a tecnologia para atendê-las da melhor forma possível.
Se você deseja conhecer mais sobre como aproveitar a tecnologia a favor dos seus negócios, confira outro artigo para entender melhor de transformação digital.
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